Editorial

Volkswagen começa produzir caminhão elétrico em série na fábrica de Resende

A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) iniciou nesta segunda-feira (14), a produção em série no Brasil de seu primeiro veículo elétrico, após meses de testes e desenvolvimento de um projeto que começou em 2017 e que tem como primeiro cliente a Ambev.

Os caminhões fabricados em Resende-RJ, onde fica o complexo fabril da companhia e de parceiros de produção é voltado a entregas urbanas e chamado de e-Delivery. Tem packs de bateria importados da chinesa CATL pela nacional Moura, motor da brasileira WEG e componentes para recarregamento da alemã Siemens.

Como comparação, a capacidade de produção da versão diesel do e-Delivery é de cerca de 15 mil unidades por ano. “Se chegarmos a 7 mil unidades montadas do e-Delivery, já começa a fazer sentido”, disse o presidente da VWCO, uma unidade do Grupo Traton, Roberto Cortes, sobre uma eventual nacionalização de componentes importantes do caminhão elétrico, como a bateria.

O componente vem da China para a fábrica da Moura em Pernambuco, onde recebe ajustes, antes de embarcar de novo para Resende, onde é montada nos veículos.

Ainda segundo Cortes, apenas o preço da bateria entregue em Resende já é maior que o preço da versão diesel do e-Delivery. O caminhão elétrico em si custa 2,5 a 2,9 vezes mais que o modelo a combustão, dependendo da variação do dólar. “Estamos dimensionando a fábrica para 1.000 a 3.000 unidades por ano”, disse Cortes.

Desse volume, a Ambev deve ficar com 100 unidades neste ano, de um total de 1.600 caminhões elétricos encomendados até 2023. O veículo tem autonomia para 200 quilômetros com uma carga e pode ser recarregado totalmente em 3 horas, ou 30% em 15 minutos, explicou o executivo.

“O lançamento comercial do veículo ocorre em julho, quando a VWCO deve divulgar novos clientes do caminhão elétrico”, completou Cortes. Questionado sobre novos modelos elétricos, o presidente afirmou que o próximo deve ser um ônibus de transporte urbano, ainda sem data para ser lançado.

O e-Delivery vem no momento em que a indústria global tem enfrentado grave escassez de chips para veículos. Na última sexta-feira (11), a Volkswagen anunciou suspensão por 10 dias da fabricação de veículos em duas unidades de São Paulo e outra no Paraná, devido à falta de chips.

Há também temores no Brasil de uma possível crise no fornecimento de energia por causa do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas.

Cortes afirmou que em ambos os casos o lançamento do e-Delivery deve ser pouco impactado diante do relativamente baixo volume de entregas, por enquanto.

“A tendência é que veículos elétricos urbanos têm tudo para terem uma procura bastante grande. Na medida que tivermos uma eventual nacionalização da bateria, esse aumento na procura vai começar a fazer sentido. Hoje estamos em 30 países com exportações e não tem motivo para o e-Delivery não ser exportado”, concluiu Cortes.

 

 

 

 

Esio Bellido

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Fluminense - UNIFLU/FAFIC - Campos dos Goytacazes-RJ - Formado em 22/12/2005. Pós-graduado em 'Especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação', pela Universidade Anhambi Morumbi-SP - 2021/2022. Registro Profissional de Jornalista nº 0036792/RJ – MTb - Emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes-RJ, em 17/07/2015. Acadêmico em Direito (2º período).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *