Editorial

Rodovia Presidente Dutra completa 70 anos

Nesta terça-feira (19), a Rodovia Presidente Dutra completa 70 anos de existência. Desde sua inauguração, em 1951, o caminho por onde é transportado cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro passou por transformações que acompanharam o crescimento populacional e econômico do país.

Cerca de 25 milhões de pessoas em 36 municípios, incluindo as capitais São Paulo e Rio de Janeiro, que fazem parte do trecho rodoviário.

No dia 19 de janeiro de 1951, quando foi inaugurada pelo Presidente da República, General Eurico Gaspar Dutra, em solenidade realizada na altura de Lavrinhas-SP, a então BR-2, nova rodovia Rio-São Paulo, ainda não estava completamente pronta, mas já permitia o tráfego de veículos entre a então Capital Federal, Rio de Janeiro e o polo industrial de São Paulo.

Da então ligação Rio-São Paulo, 339 quilômetros estavam concluídos, junto com todos os serviços de terraplenagem e 115 obras de arte especiais, entre trevos, viadutos, pontos e passagens inferiores. Faltava, porém, a pavimentação de 60 quilômetros entre Guaratinguetá-SP e Caçapava-SP e seis quilômetros em um pequeno trecho situado nas proximidades de Guarulhos-SP.

A BR-2 contava com pista simples, operando em mão-dupla em quase toda sua extensão. Em dois únicos segmentos havia pistas separadas para os dois sentidos de tráfego: nos 46 quilômetros compreendidos entre a Avenida Brasil e a garganta de Viúva Graça, hoje, Seropédica no Rio de Janeiro e nos 10 quilômetros localizados entre São Paulo e Guarulhos, no trecho paulista.

A nova rodovia foi construída com as mais modernas técnicas de engenharia da época e com equipamentos especialmente importados para isso, o que permitiu a redução da distância rodoviária entre as duas capitais em 111 quilômetros, comparando-se o novo caminho com o traçado da velha rodovia, inaugurada em 1928.

A maior parte dessa redução foi possível com a superação de obstáculos naturais, basicamente nos banhados da Baixada Fluminense e na área rochosa da garganta de Viúva Graça, na região de serras entre Piraí e Cachoeira Paulista, e no segmento da Várzea de Jacareí.

Além disso, sua concepção avançada permitiu a construção de aclives e declives menos acentuados e curvas mais suaves. Tudo isso representou uma significativa queda no tempo de viagem, de 12 horas, em 1948, para seis horas.

As obras da nova rodovia representavam, ainda, um grande desafio de engenharia para a época. O “retão” de Jacareí-SP, por exemplo, foi um trecho que gerou polêmica entre os técnicos, por ser construído sobre terreno instável, cuja transposição era considerada quase impossível. No entanto, o trecho foi finalizado com a utilização de 12 milhões de metros cúbicos de terra, o equivalente a 1,6 milhão de caminhões cheios, em um aterro submerso de 15 metros de profundidade.

No trecho fluminense, a transposição de um trecho rochoso ao pé da Serra das Araras, chamado de “garganta de Viúva Graça”, também representou um grande desafio para os engenheiros empenhados na construção da nova rodovia, que comandaram complexas escavações, permitindo o rebaixamento em 14 metros do paredão de granito.

A CCR NovaDutra assumiu a administração da Rodovia Presidente Dutra, em março de 1996. A estrada apresentava um cenário de deterioração. Suas pistas estavam esburacadas, a sinalização era precária, o mato alto tomava conta do canteiro central, as defensas metálicas estavam retorcidas e muita sujeira se estendia ao longo dos seus 402 quilômetros.

O apoio operacional da CCR NovaDutra é composto por 11 bases operacionais, localizadas em pontos estratégicos da rodovia para atender rapidamente as ocorrências.

São mais de 500 profissionais que atuam em escala de revezamento, para auxiliar quem viaja pela rodovia. A Dutra é inspecionada por mais de cem viaturas e 500 profissionais, entre médicos, agentes de atendimento pré-hospitalar e equipes de emergência, que estarão 24 horas à disposição.

Esio Bellido

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Fluminense - UNIFLU/FAFIC - Campos dos Goytacazes-RJ - Formado em 22/12/2005. Pós-graduado em 'Especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação', pela Universidade Anhambi Morumbi-SP - 2021/2022. Registro Profissional de Jornalista nº 0036792/RJ – MTb - Emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes-RJ, em 17/07/2015. Acadêmico em Direito (2º período).

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