Rio de Janeiro lidera produção de petróleo e gás e mira transição energética
Foi realizado na última quinta-feira (10) na Barra da Tijuca a abertura do seminário “A Força do Petróleo do Rio de Janeiro – Um Gigante Energético”, no Campo Olímpico de Golfe. O evento destacou o papel central do estado na indústria energética brasileira. O evento foi idealizado pela Secretaria de Energia e Economia do Mar (Seenemar) com apoio da Rede Criativa.
Com investimentos estimados em US$ 85 bilhões (cerca de R$ 510 bilhões) até 2030, o Rio de Janeiro concentra 89% da produção nacional de petróleo e 76% da produção de gás natural, consolidando-se como um dos maiores polos do setor no mundo. A estimativa é de que mais de 70 mil empregos sejam gerados nesse período.
Durante o evento, Castro voltou a defender a reformulação do pacto federativo sobre os royalties do petróleo, propondo que os recursos atualmente destinados à União sejam reinvestidos no próprio estado. “Os números mostram que o Rio de Janeiro é a capital energética do Brasil. É o local mais importante desse setor. Eu falo sempre que o Rio de Janeiro é mais importante para o Brasil energeticamente do que o Texas para os Estados Unidos. E o Texas é um estado rico nos EUA”, afirmou o governador.
O secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Cássio Coelho, também destacou a relevância estratégica do setor: “O Rio de Janeiro ocupa um papel central na indústria de petróleo e gás no Brasil, concentrando grande parte da produção nacional e abrigando importantes empresas do setor. É fundamental unirmos forças — governo, setor privado e sociedade — para impulsionar o desenvolvimento do Rio de Janeiro”.
Segundo dados da Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz-RJ), mais de 90% das exportações fluminenses em 2024 vieram da extração de petróleo e gás, movimentando cerca de R$ 41,72 bilhões. A indústria de petróleo no Brasil emprega cerca de 1,6 milhão de pessoas, e muitas das maiores empresas globais do setor estão sediadas no Rio de Janeiro.
Além dos combustíveis fósseis, o estado lidera a produção de biogás (327 milhões de m³/ano) e biometano (80,3 milhões de m³/ano), reforçando sua posição na agenda ambiental. O projeto Corredor Sustentável, que conecta Rio e São Paulo com 14 postos adaptados para abastecimento de veículos pesados a gás natural e biometano, é um dos destaques nessa área.
Outra iniciativa é o programa RJ Mobilidade Sustentável, que já opera com dois ônibus movidos a gás e biometano em linhas intermunicipais. Os veículos reduzem em até 20% as emissões de CO?, contribuindo para a descarbonização do transporte público.
Com grande potencial em fontes renováveis como energia solar, eólica, biogás e hidrogênio, o estado investe na transição energética. Em parceria com a Petrobras, o Rio desenvolve um projeto-piloto para a instalação de eólicas offshore. O estado, que possui o terceiro maior litoral do país, já conta com 15 projetos em licenciamento no Ibama e estima a criação de mais de 210 mil empregos no setor.