Pré-Sal Petróleo: China leva 23 milhões de barris e domina leilão histórico de R$ 17 bilhões de petróleo da União
O mais recente leilão de petróleo da União entrou para a história, trazendo uma inédita diversificação de compradores, com destaque absoluto para empresas chinesas. No evento realizado pela Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) em 31 de julho, na B3, cerca de dois terços dos barris foram arrematados por estatais da China, como PetroChina e CNOOC.
Ao todo, 23 milhões de barris – de um total de 37,5 milhões ofertados – foram comprados pelas chinesas, consolidando a presença do país asiático como principal destino do petróleo da União. A mudança na precificação, agora baseada no Brent, e o aumento expressivo dos volumes ofertados foram os principais atrativos para empresas estrangeiras, segundo Tabita Loureiro, presidente interina da PPSA.
Quanto mais volume no mercado, maior o interesse. Além disso, as novas condições contratuais e a confiança na entrega desse óleo foram determinantes”, afirmou Loureiro.
A entrada de petroleiras da China no mercado brasileiro não é novidade, mas o leilão mais recente marcou um avanço significativo. Desde 2013, com o primeiro leilão sob o regime de partilha, empresas chinesas já integravam consórcios no pré-sal. No entanto, o modelo atual de precificação internacional, somado ao crescente volume, criou um ambiente mais atrativo e competitivo.
O leilão de 31 de julho registrou o maior número de participantes da história, com 10 empresas habilitadas. Além disso, a arrecadação futura foi revisada para R$ 17 bilhões, superando as expectativas iniciais de R$ 15 bilhões. Este foi o maior valor já alcançado pelo petróleo da União.
Com o foco voltado para o futuro, a PPSA planeja novos estudos e leilões. Entre as novidades está a análise sobre contratos de longo prazo para refino do petróleo da União, visando ampliar a cadeia de refino nacional. Além disso, o planejamento inclui o gás natural associado aos campos do pré-sal, com o objetivo de reduzir custos de infraestrutura e maximizar os retornos para o Fundo Social do Pré-Sal.
A China, maior importadora global de petróleo, continuará sendo peça-chave para o mercado brasileiro. Em 2023, o país asiático respondeu por 27% das compras internacionais de petróleo, reforçando sua posição estratégica no comércio global.
Com o cenário internacional ainda cercado por volatilidade, a confiança do mercado em eventos como o leilão de julho mostra que o petróleo da União é um ativo relevante e competitivo no mercado global. E, como indicam os resultados, a China parece ter se consolidado como a principal parceira nesse novo momento da indústria brasileira.