Petrobras cede à pressão do governo e anuncia redução no preço da gasolina
Valor do litro comercializado às distribuidoras do país vai passar de R$ 4,06 para R$ 3,86 a partir desta quarta-feira
A Petrobras anunciou, nesta terça-feira, (19), que vai reduzir o preço da gasolina vendida às distribuidoras. A partir desta quarta-feira (20),o valor do litro vai passar de R$ 4,06 para R$ 3,86. A medida não contempla outros combustíveis.
Segundo o anúncio desta terça-feira, a redução do preço da gasolina vai ser de R$ 0,20 por litro, com diminuição de cerca de 5%. Esta é a primeira queda desde dezembro passado.
No último ajuste, anunciado em junho, o preço médio de venda de gasolina havia subido de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro.
Dessa forma, a Petrobras cede às pressões políticas dos últimos meses e dá sinais de uma mudança de direção na política de combustíveis, com afinidade com o governo federal. Indicado pelo Ministério de Minas e Energia, Caio Mário Paes de Andrade assumiu a Presidência da estatal no fim de junho.
Depois do último reajuste de junho, o Poder Executivo e o Legislativo, por meio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegaram a cogitar publicamente a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a política de preços de combustíveis e os lucros da Petrobras.
Os preços de venda de combustíveis às refinarias são um dos fatores de composição do valor final dos combustíveis, junto com impostos e fatia de distribuidoras e revendedores.
A Petrobras informa que, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da empresa no preço ao consumidor vai passar de R$ 2,96 para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba, em média.
Quem calcula o valor do combustível na bomba é o levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo o órgão, a gasolina apresentou queda nas últimas três semanas, por conta da limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aprovada em junho pelo Congresso Nacional.
“Essa redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, manifestou a estatal, em nota.