Norte Fluminense se prepara para exportar 3.000 toneladas de soja com destino à Rússia
O Norte Fluminense está reforçando sua importância na produção de grãos ao se preparar para exportar 3.000 toneladas de soja com destino à Rússia. A operação será realizada por meio do Porto do Açu, localizado em São João da Barra.
A carga reúne 1.800 toneladas produzidas em Campos dos Goytacazes e 1.100 toneladas de Macaé, atualmente armazenadas no terminal portuário até que o volume total necessário para o carregamento do navio seja atingido.
Esta será a sexta embarcação de soja com destino aos russos via Açu, totalizando 177 mil toneladas exportadas desde o início das operações com o grão. A nova carga será complementada com soja do noroeste de Minas Gerais, reforçando a vocação logística do porto.
“O Porto do Açu colocou o Rio de Janeiro no mapa do agronegócio brasileiro em 2020, com a exportação de fertilizantes. Hoje, já temos no portfólio a movimentação de soja, milho e café”, afirmou Gustavo Amaral, gerente geral do Terminal Multicargas (T-Mult). “Neste próximo navio, o volume será dez vezes maior do que o que exportamos no último ano, e isso nos posiciona como alternativa concreta para o escoamento da produção regional”, completou.
Segundo a Embrapa, o Norte Fluminense possui cerca de 300 mil hectares de terras agricultáveis com alta aptidão para a soja. É a única região do país com áreas produtivas situadas a menos de 150 km de um porto exportador.
“Estamos no quintal do Porto do Açu, o que nos dá uma vantagem logística enorme. Temos investido em tecnologia, solo e planejamento. Ainda somos uma gota d’água no oceano, mas o agronegócio oferece um leque de oportunidades”, destacou Ronaldo Bartolomeu, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos.
As operações de soja no Açu são realizadas em parceria com a Aliança Agrícola, companhia agroindustrial de alcance internacional. Para o diretor comercial e de logística da empresa, Felipe Falleiros, a região tem potencial para se tornar uma nova fronteira agrícola nacional.
“Acreditamos nesse potencial e queremos caminhar ao lado dos produtores locais. O acesso direto ao Porto do Açu reduz custos, aumenta a competitividade e atrai investimentos. Nosso compromisso é garantir rota, estrutura e previsibilidade para transformar essa vocação em realidade”, afirmou.
Somente em 2024, o Porto do Açu movimentou 231 mil toneladas de cargas do agronegócio — um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. A expectativa é de que esse número aumente com a expansão do T-Mult, prevista ainda para 2025, que contará com 500 metros de cais operacional, calado de 13,1 metros e um segundo berço de atracação, permitindo a operação simultânea de dois navios.
Com capacidade futura de movimentar 5 milhões de toneladas por ano e um portfólio que já inclui 22 produtos e 59 clientes, o T-Mult se consolida como um player estratégico na logística do agronegócio brasileiro.