Investimentos em produção de petróleo e gás no Brasil crescem 150% em 2024 e alcançam R$ 94,2 bilhões
A indústria brasileira de petróleo e gás natural vive um momento de forte expansão. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os investimentos na fase de produção somaram R$ 94,2 bilhões em 2024 — mais do que o dobro do registrado em 2022, quando o total foi de R$ 37,7 bilhões. O crescimento representa um avanço de 150% no período.
O aumento expressivo está ligado à consolidação de projetos em campos que já superaram a fase de exploração, reforçando a atratividade do Brasil para o capital internacional e nacional no setor energético.
Entre 2022 e 2024, os investimentos totais no segmento de petróleo e gás no país atingiram R$ 190 bilhões, consolidando o Brasil como um dos principais destinos globais para investimentos na área.
Do total investido, R$ 36 bilhões (cerca de 18,9%) foram destinados à construção de plataformas, evidenciando o foco na infraestrutura necessária para a produção em larga escala. No entanto, a área de recuperação ambiental recebeu apenas R$ 134 milhões no mesmo período — um valor considerado baixo diante do volume total investido, o que reacende o debate sobre a necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.
A Bacia de Santos desponta como a principal receptora de investimentos na fase de produção, com R$ 116 bilhões, o que representa 61,6% do total aplicado no período.
Na sequência, aparece a Bacia de Campos, que recebeu R$ 62,6 bilhões, ou 33,1% dos recursos.
Essas duas regiões concentram os maiores projetos do pré-sal brasileiro, confirmando sua importância estratégica para o setor de petróleo e gás.
Os contratos da ANP são divididos em duas fases principais: exploração e produção. A fase de exploração envolve estudos, sísmicas e perfuração de poços para identificar a presença de petróleo ou gás e avaliar sua viabilidade comercial.
Caso as descobertas sejam positivas, a empresa apresenta uma declaração de comercialidade e parte para a fase de produção, após aprovação do plano pela ANP.
Somente após essa aprovação a área se torna oficialmente um campo produtor, etapa em que os investimentos se intensificam, como demonstrado pelo crescimento exponencial recente.