Fundo árabe Mubadala assume dívida bilionária da Invepar e passa a controlar o metrô do Rio de Janeiro
Além de assumir o metrô do Rio, o fundo árabe Mubadala comprou a refinaria Landulpho Alves, que pertencia à Petrobras, pelo valor de US$ 1,65 bilhão
O Mubadala, fundo de investimentos dos Emirados Árabes Unidos, assumiu na última semana, o controle da Concessionária Metroviária do Rio de Janeiro, a MetrôRio, no lugar da Invepar.
O processo autorizando a mudança, assinado pelo governador Cláudio Castro, foi publicado no Diário Oficial do Rio de Janeiro.
O metrô do Rio estava anteriormente sob controle da Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A. (Invepar), acionista majoritário do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Segundo o colunista Ancelmo Gois, o fundo árabe ajudou na reestruturação dos R$ 2,5 bilhões de dívidas da Invepar, em setembro. Em troca, ficou acordado que a Invepar abriria mão da concessão do metrô e da Linha Amarela.
No entanto, no caso da Linha Amarela, é preciso que haja a autorização da Prefeitura do Rio e do STF, onde o caso foi parar depois que o ex-prefeito Crivella chegou a encampar o pedágio da via.
A Invepar, que passa a focar no Aeroporto de Guarulhos, entrou em crise com os problemas da OAS, que teve que deixar a sociedade, depois da Lava Jato, nas mãos de um grupo de fundos de pensão.
O Mubadala teve aprovada no início de novembro a compra de uma refinaria brasileira. A planta pertencia à Petrobras e o valor da transação foi de US$ 1,65 bilhão.
A Refinaria Landulpho Alves (RLAM) começou a operar em 1950 e tem capacidade para processar 330 mil barris por dia de petróleo.
Além da RLAM, estava inclusos na venda 669 km de dutos que integram a rede da refinaria, incluindo oleodutos curtos (Becan 6”, Becan 8” e 21 oleodutos de petróleo e derivados, ligando a RLAM ao Terminal Madre de Deus) e oleodutos longos (ORSUB 12” e ORPENE 8”, ligando a RLAM ao Complexo Petroquímico de Camaçari).
A petroquímica Braskem, empresa do Grupo Novonor – antiga Odebrech, está na mira de aquisição do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, Mubadala.
As negociações são sobre a compra de 50,1% da empresa que faz parte do programa de recuperação judicial da Odebrecht/Novonor.
A Petrobras, que é dona do restante da Braskem, parece não se opor ao negócio. A própria estatal já possui um processo em andamento com o fundo árabe, a venda da RLAN.
Segundo o Broadcast Estadão, ainda é esperado que outros interessados entrem em cena, como a holandesa LyondellBasell, que pode retomar às negociações pela fatia na Braskem.
A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, com volume anual superior a 20 milhões de toneladas, incluindo a produção de outros produtos químicos e petroquímicos básicos.
A empresa opera 41 unidades industriais, localizados no Brasil, EUA, Alemanha e México, neste último em parceria com a mexicana Idesa.