Exportações do Brasil para a América do Sul disparam pós-pandemia
Em 2021, o saldo da balança comercial com os vizinhos cresceu 64,7% em relação ao ano anterior
O saldo comercial do Brasil com os países da América do Sul em 2021 foi de US$ 7,3 bilhões, um salto de 64,7%, em comparação com 2020, conforme levantamento feito pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), com base nos dados do governo federal.
A entidade prevê nova alta para 2022, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira, (01). Isso porque, no primeiro semestre deste ano, a balança comercial com os sul-americanos teve superávit de US$ 6,2 bilhões, próximo do valor de todo o ano passado.
No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$ 34 bilhões para os países sul-americanos, e a AEB projeta que as vendas poderão chegar neste ano a US$ 41 bilhões. No primeiro semestre, foram US$ 20,3 bilhões.
Para a AEB, o crescimento do superávit comercial com os vizinhos significa uma oportunidade para a indústria nacional. De acordo com dados da AEB, o Brasil importa 85% da indústria de transformação, e o principal produto de exportação são commodities.
As exportações para a América do Sul são formadas, principalmente, por manufaturados — automóveis, máquinas e equipamentos e alimentos. As importações se concentram nas matérias-primas, como trigo da Argentina, cobre do Chile, eletricidade do Paraguai (por causa da usina hidrelétrica binacional de Itaipu) e gás natural da Bolívia.
Assim como o Brasil, os países sul-americanos são, primordialmente, exportadores de matérias-primas, cujos preços saltaram desde meados de 2020, com reflexo da crise global gerada pela pandemia.
A proximidade geográfica dos países favoreceu as exportações brasileiras aos vizinhos. Entretanto, uma das grandes concorrentes é a China, que segundo a AEB já ultrapassou o Brasil como principal fornecedor para a Argentina e o Chile.