Crescem as contratações temporárias na indústria durante a pandemia
As contratações temporárias aumentaram em meio à pandemia do novo coronavírus. Em agosto, 197.680 profissionais começaram a trabalhar por meio desta modalidade.
O número superou em 20,7% as expectativas da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), que esperava a geração de 163.769 novas vagas no período.
Na comparação com o mesmo mês de 2019, o aumento nesse ano foi de 89,5% frente às 104.312. O setor que liderou as contratações no período foi a indústria, com 65% das contratações, seguido de Serviços, com 28% e o Comércio, com 7%.
Segundo a diretora regional da Asserttem, Mara Bonafé, o aumento, principalmente na indústria, foi da demanda dos profissionais do grupo de risco que precisaram se afastar do trabalho em meio à pandemia.
“O empresariado está esperando para ver como o mercado reagirá nos próximos meses, para decidir como ficará a relação de trabalho com esses profissionais. Agora, é possível estender esses contratos por até 9 meses”, disse.
Na indústria, os segmentos que mais contrataram, segundo a pesquisa, foram: Alimentos, com 35%; Farmacêutica, com 19%; Embalagens, com 15%; Metalúrgica, com 11%; Mineração, com 8%; Automobilística, também com 8% e Agronegócio, com 4%.
Dentre os Estados, os que mais se destacaram na contratação temporária para a Indústria foram: São Paulo; Rio de Janeiro; Paraná; Pará; Rio Grande do Sul; Minas Gerais; Santa Catarina; Bahia e Maranhão.
Mara Bonafé afirma que a Asserttem estima que mais de 1,9 milhão de trabalhadores temporários serão contratados neste ano, um aumento de 28% em relação a 2019.
“O contrato de trabalho temporário vem se mostrando a melhor forma de contratação atualmente por conta da flexibilidade de gestão, rapidez, acessibilidade financeira e segurança jurídica para ambas as partes”, destacou.
A executiva acredita que a indústria deve continuar com suas contratações seguidas pelas áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Marketing.
Ainda segundo Mara, alguns setores do varejo deverão manter um ritmo elevado de contratações. São os seguintes: Supermercados, que tiveram de contratar profissionais extras para suprir a demanda durante a pandemia e para repor trabalhadores do grupo de risco; Lojas online, que estão batendo recordes de vendas por conta da quarentena; Logística, por conta da demanda crescente de entregas das compras online.
Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, existe um grande volume de contratações para o varejo. “O Mutirão do Emprego que estamos realizando, mostra que a maior parte das vagas e das contratações são para o varejo”, destacou.
Ao todo o Mutirão do Emprego ofereceu 13.500 vagas de 173 empresas e recebeu 270 mil currículos.