Brasil registra recorde histórico de produção no pré-sal em abril, aponta ANP
A indústria brasileira de petróleo e gás natural atingiu um novo recorde em abril de 2025, com a maior produção já registrada na camada do pré-sal. De acordo com o boletim mensal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado nesta terça-feira (3), o país produziu 3,734 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) nessa área geológica.
O volume representa um crescimento de 0,5% em relação a março deste ano e um avanço expressivo de 18,3% em comparação com abril de 2024, consolidando a tendência de alta no setor. Com esse desempenho, o pré-sal reforça sua posição como pilar da matriz energética nacional, sendo responsável por quase 80% da produção total de petróleo e gás natural do Brasil.
O resultado reflete a continuidade dos investimentos no desenvolvimento de campos offshore e a crescente eficiência operacional das plataformas que operam na região. A maior parte da produção em abril se concentrou em 164 poços do pré-sal, que geraram 2,896 milhões de barris por dia (bbl/d) de petróleo e 133,33 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural.
No cenário geral, somando as produções do pré-sal, pós-sal e áreas terrestres, o país extraiu 4,689 milhões de boe/d, consolidando a robustez da indústria brasileira de óleo e gás. A Petrobras, operando de forma isolada ou em parceria, respondeu por quase 90% da produção total no mês.
A produção de gás natural no Brasil também apresentou crescimento relevante, atingindo 168,01 milhões de m³/d em abril — uma alta de 1,5% em relação a março e de 22,9% frente ao mesmo mês do ano anterior. Esse aumento reforça a importância do insumo tanto para geração de energia quanto para o setor industrial. Do total produzido, 55,36 milhões de m³/d foram ofertados ao mercado e 4,98 milhões de m³/d foram queimados, uma redução de 13,6% em relação ao mês anterior.
Esse desempenho foi impactado positivamente pela entrada em operação de novos compressores no FPSO Almirante Tamandaré, permitindo a reinjeção de parte do gás e diminuindo a necessidade de queima.
Segundo a ANP, “o principal motivo da redução em relação a março foi que o FPSO Almirante Tamandaré, em abril, comissionou parte dos compressores, permitindo iniciar a injeção de gás natural e consequentemente, reduzir sua queima”.
As áreas offshore continuam sendo os principais polos de extração de petróleo e gás no Brasil. Em abril, os campos no mar foram responsáveis por 97,6% do petróleo e 87,1% do gás natural produzidos no país.
No total, a produção teve origem em 6.505 poços, sendo 538 localizados no mar e 5.967 em terra firme.
Entre os campos produtores, Tupi, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, foi novamente destaque com a maior produção individual: 783,91 mil bbl/d de petróleo e 39,81 milhões de m³/d de gás natural.
Já a instalação com maior desempenho foi o FPSO Guanabara, na jazida compartilhada de Mero, que produziu 184 mil bbl/d de petróleo e 12,10 milhões de m³/d de gás natural.
Além da versão tradicional do boletim em PDF, a ANP oferece uma ferramenta de Business Intelligence (BI) para consulta interativa dos dados de produção. Com ela, é possível acessar informações específicas por mês, campo, estado ou bacia.
A agência destaca que variações na produção são esperadas, já que fatores como paradas para manutenção, entrada em operação de novos poços e ajustes técnicos fazem parte da rotina operacional e contribuem para a estabilidade e crescimento da produção de petróleo e gás natural no país.