Brasil ganha a primeira e maior fábrica de produção de grafeno da América do Sul
A inauguração da primeira e maior fábrica de produção de grafeno em escala industrial da América do Sul, que aconteceu no dia 09 de julho, contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.
A unidade terá capacidade de produzir até cinco mil quilos de alta qualidade por ano.
Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro destacou o potencial brasileiro. “Temos uma pátria abençoada. Voltando à tabela periódica, temos toda ela aqui no Brasil. Inclusive naquilo que é raro. Temos aí por volta de 1/3 das reservas de grafite, ou grafita, em vários estados. Temos, aproximadamente, 97% do Nióbio, que casado com grafeno, realmente vão revolucionar o destino da humanidade”, disse.
O reitor da UCS, Evaldo Antônio Kuiava, ressalta a possibilidade de compartilhar com a sociedade o potencial do grafeno e mostrar que, para além das pesquisas, sua produção é uma realidade.
Ele frisa que o ecossistema de inovação na Universidade qualifica o ensino e impacta o mercado, através da conexão estabelecida com as empresas. “Dispomos de um produto viável à indústria, capaz de gerar renda para a sociedade com tecnologia brasileira”, declara, sobre o trabalho desenvolvido na unidade de negócios que é a primeira da Serra Gaúcha, credenciada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) que atua no fomento à inovação na indústria brasileira.
A entrega converge os esforços do Governo Federal em fomentar políticas públicas no setor e no apoio às iniciativas em grafeno como arranjos produtivos novos, implantação e incorporação do grafeno em cadeias produtivas, pesquisa e conhecimento científico, além de lançar editais e chamadas públicas com subvenção econômica para empresas, universidades e entidades.
O Grafeno é um material reconhecido mundialmente por suas incríveis propriedades físicas, como alta resistência mecânica, leveza, maleabilidade e alta condutividade térmica e elétrica.
O Brasil é o terceiro maior fornecedor mundial do mineral grafita e possui a segunda maior reserva mundial desse material que é a principal matéria prima para o Grafeno. Estima-se que esse mercado movimentará, em 5 anos, mais de 3 bilhões de dólares.
Entre os produtos que utilizam essa matéria-prima estão coletes à prova de bala, tintas anticorrosivas, autolimpantes e antibacterianas, tecidos, capacetes para motoqueiros, vergalhões para a construção civil, baterias, entre outros.
A Casa Civil acompanha as políticas para materiais avançados para promover a harmonização e regulamentação deste tema com as várias ações setoriais conduzidas pelos demais ministérios.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), institui o Programa de Inovação em Grafeno, o InovaGrafeno-MCTI, por meio da Portaria nº 4.964, publicada no dia 12 de julho, no Diário Oficial da União.
O documento foi assinado no dia 09 de julho, em evento de inauguração da maior fábrica de grafeno da América Latina. A capacidade é de produzir até cinco mil quilos de alta qualidade por ano.
O InovaGrafeno-MCTI é um dos programas estratégicos e estruturantes da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN) e funcionará como vetor nacional para o desenvolvimento do grafeno e da próxima geração dos materiais 2D à base de carbono.
Segundo a portaria, o objetivo do programa é criar, integrar e fortalecer as ações governamentais na temática do grafeno e dos materiais 2D à base de carbono, promovendo a inovação na indústria brasileira, a fim de assegurar a autonomia tecnológica em setores de alta tecnologia.
O InovaGrafeno-MCTI também estabelece como finalidades a geração de riqueza, de empregos e o desenvolvimento nacional; mobilizar, articular e fomentar atores nacionais públicos e privados para atuarem coordenamente no desenvolvimento de processos, de produtos, de instrumentação, de normatização, de certificação e de inovações na área; garantir a universalização do acesso à infraestrutura científica e tecnológica avançada para estimular a comunidade científica; promover e estimular a atração, formação, capacitação, mobilidade e a fixação de capital humano apto a atuar no desenvolvimento tecnológico, no empreendedorismo e na inovação, envolvendo grafeno e materiais 2D à base de carbono.