Editorial

Admissão de temporários em 2020 sobe quase 50% apesar da pandemia

Mesmo com os impactos negativos da pandemia na economia, o número de contratações de trabalhadores temporários no Brasil em 2020 foi 46% maior do que em 2019, segundo dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

De janeiro a setembro de 2020, foram contratadas 1.531.620 pessoas, frente a 1.049.082 admissões no mesmo período do ano anterior.

A Asserttem projeta que, até o final do ano, o crescimento será de 28% frente a 2019, já que espera 1.900.783 contratações até dezembro deste ano. O presidente da associação, Marcos de Abreu, afirma que 2020 começou com índices bem altos de emprego de janeiro a março, principalmente por causa do verão e do agronegócio.

Em abril e maio, o setor sentiu uma quebra de expectativa com a chegada da pandemia, mas conseguiu manter as contratações próximas ao mesmo período do ano anterior. Os motivos foram a alta nas vagas nas áreas farmacêuticas, o aumento na compra de medicamentos e a construção de hospitais de campanha.

Para ele, essa modalidade de contratação se encaixou bem à imprevisibilidade do futuro e à emergência causadas pela pandemia de covid-19. “Não aconteceu só no Brasil, o trabalho temporário cresceu em outros lugares do mundo. Mas ainda tem muita coisa para crescer”, explica Abreu.

A partir de junho, o trabalho temporário começou a subir novamente e até setembro, teve resultados mensais mais altos do que em 2019. Segundo a Assertem, agosto de 2020 registrou o melhor patamar de contrações da série histórica, iniciada há 10 anos.

O professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV) Mauro Rochlin afirma que a melhoria na legislação para o trabalho temporário é um dos itens que pode ter influenciado o aumento das vagas em 2020. Além disso, fala sobre o possível impacto do auxílio emergencial e da MP do Emprego.

“O auxílio emergencial, nos últimos três, quatro meses, tem um efeito muito importante sobre o varejo. Ainda que a gente tenha tido um fechamento grande de vagas de trabalho, o auxílio é pago para 60 milhões de pessoas. A gente começou a ver alguns setores responderem a um estímulo de demanda”, afirma Rochlin.

Segundo ele, alguns setores que mostraram reação mais forte foram o de materiais de construção e de eletrodomésticos. A demanda reprimida também é outro fator que deve ser levado em consideração para o varejo e, consequentemente, para a geração de vagas temporárias.

Esio Bellido

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Fluminense - UNIFLU/FAFIC - Campos dos Goytacazes-RJ - Formado em 22/12/2005. Pós-graduado em 'Especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação', pela Universidade Anhambi Morumbi-SP - 2021/2022. Registro Profissional de Jornalista nº 0036792/RJ – MTb - Emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes-RJ, em 17/07/2015. Acadêmico em Direito (2º período).

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