Produção industrial do país avança 8,0% em julho
A produção industrial do país se recuperou fortemente em julho, com avanço de 8,0% frente a junho, série com ajuste sazonal. Já são três meses seguidos de alta em meio à pandemia do novo coronavírus.
A divulgação dos dados foi feita nesta quinta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ainda não foi suficiente para eliminar a perda de 27.0% acumulada em março e abril, que levou o patamar de produção ao seu ponto mais baixo da série.
Em relação a julho de 2019, série sem ajuste sazonal, a indústria recuou 3,0% em julho de 2020, nono resultado negativo seguido nessa comparação. Com isso, o setor acumula perda de 9,6% no ano.
Em doze meses, a redução foi de 5,7%, marcando o recuo mais intenso desde dezembro de 2016, que chegou a (-6,4%) e acelerando a perda frente aos meses anteriores.
A atividade industrial nacional registrou três meses seguidos de crescimento. Assim, eliminou parte da perda de 27,0% acumulada em março e abril, momento de agravamento dos efeitos do isolamento social por conta da pandemia, que afetou o processo de produção em várias unidades produtivas do país.
O avanço de 8,0% da atividade industrial, de junho para julho de 2020, alcançou todas as grandes categorias econômicas. Além disso, houve altas de 25 dos 26 ramos pesquisados.
Entre as atividades, a influência positiva mais relevante em relação ao mês anterior foi assinalada pela de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 43,9% em julho, impulsionada, em grande medida, pela continuidade do retorno à produção após a interrupção em função da pandemia. O setor acumulou expansão de 761,3% em três meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 32,9% abaixo do patamar de fevereiro último.
Para o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, a disseminação de taxas positivas em 25 dos 26 setores analisados mostra um avanço da produção industrial após medidas que flexibilizaram o isolamento social.
“É o maior espalhamento da série histórica, ou seja, pela primeira vez, 25 setores apresentaram taxa positiva desde 2002”, explica.