Banco Central classifica Brasil como melhor recuperação econômica
O Banco Central (BC), avalia que a economia brasileira apresenta números mais favoráveis do que outras economias emergentes no atual cenário de pandemia de Covid-19, indicando que o país soube melhor assimilar os efeitos da crise na economia mundial.
Isso seria em parte reflexo da resposta governamental com programas de renda, manutenção do emprego, crédito e aumento de liquidez do sistema financeiro, entre outros, na avaliação do governo.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez uma apresentação a investimentos na última quarta-feira (19), em encontro fechado organizado pelo Bank of América, em que detalha essa visão e como a economia brasileira se situa no atual cenário.
Um dos aspectos destacados é a situação da indústria. Campos Neto apresentou o Índice de Gerentes de Compras (PMI), uma referência mundial para avaliar a saúde financeira de setores econômicos.
O indicador brasileiro de julho foi de 58,2%, maior que os 51,6% do mês anterior, segundo pesquisa da IHS Markit, provedora inglesa de informações globais. PMI acima de 50% indica que o setor está em crescimento. Dados gráficos de outros países mostram que o Brasil aparece à frente de México, Índia, África do Sul, Rússia e Colômbia.
Outro aspecto abordado é do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção da recessão brasileira em 2020, que deve ficar em 5,6% segundo perspectivas do mercado financeiro, ou em torno de 4,7% como prevê o governo, deve ser um dos menores tombos entre os países emergentes.
O desempenho previsto é melhor que o da África do Sul, Argentina, México e Rússia e pior que o de Índia e da China, esta última deve ser uma exceção e ter crescimento. Em 2021, o Brasil deve crescer na mesma toada dos demais países emergentes, novamente com exceção da China.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (21) que o crescimento do emprego em julho, com 131 mil novas vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sinaliza uma retomada em “V”.
É a expressão usada em economia para indicar um índice que cai até um valor mínimo e depois sobe rapidamente, sem se manter baixo. Guedes citou a quantidade de empregos gerados para falar sobre a ideia. O Caged mostra que houve 1.043.650 contratações e 912.640 demissões.
“Estamos bastante animados com isso. É a primeira geração líquida de empregos. O mais importante é que é um patamar acima de 1 milhão de admissões, e é um sinal de que a economia pode efetivamente fazer um retorno em ‘V’. Os outros padrões, arrecadação, crédito, vendas, energia elétrica, todos estão dando sinal de fortalecimento da economia brasileira”, afirmou o ministro.