Arábia Saudita cria gigantesca ilha de petróleo em alto-mar e emprega milhares de profissionais ao redor do mundo
O Petróleo segue como um recurso vital para o fornecimento de energia mundial. Pensando nisso, a Arábia Saudita decidiu colocar em prática um projeto pra lá de ambiocioso: criar uma ilha de petróleo e gás, reafirmando assim sua influência no mercado energético. Uma das referências sauditas no setor de petróleo e gás é também uma das refinarias mais antigas do Golfo Pérsico. Trata-se do Ras Tanura, que é o maior produtor de barris de petróleo na Arábia Saudita e um dos 12 maiores no ranking mundial.
Situado na costa oeste da Arábia Saudita a cidade de Ras Tanura é considerada uma região histórica do país asiático e em meio a tanta tradição e uma ampla reserva de petróleo e gás, a cidade abriga, desde os anos de 1940, o coração petrolífero da Arábia Saudita.
O megaprojeto da ilha de petróleo da Arábia Saudita é parte de um complexo que cobre uma região de 15 km quadrados. Para se ter uma ideia, isso é apenas aproximadamente 1 km menor a um dos mais extensos e tradicionais distritos de São Paulo: Santo Amaro.
O megaprojeto de petróleo e gás abriga uma série de instalações e entre elas estão uma planta petroquímica, um porto, terminal para petróleo bruto e produtos refinados, um terminal marítimo e uma usina elétrica. Atualmente, o megaprojeto da ilha de petróleo da Arábia Saudita conta ainda com 3.200 residentes, inclusive alguns de origem americana e britânica.
Construção do megaprojeto de petróleo e gás empregou milhares de pessoas ao redor do mundo
A construção do megaprojeto da ilha de petróleo da Arábia Saudita envolveu enormes esforços da Arranco, uma empresa formada pelo governo árabe e uma joint venture de quatro empresas norte-americanas. Aliás, gradualmente, o governo saudita comprou as cotas dessas empresas até se tornar a única dona da companhia nos anos de 1980.
De fato, a construção de Ras Tanura contou com uma mobilização de milhares de trabalhadores e a importância de grandes quantidades de materiais e equipamentos de todo mundo. O projeto foi realizado em várias fases, sendo que a primeira delas foi destinada à construção de uma pequena refinaria com capacidade de 50 mil barris por dia, ou seja, apenas 9,1% da capacidade atual.
Nos anos seguintes, o megaprojeto passou por ampliações e modernizações com a construção de novas unidades de processamento, incorporação de novas tecnologias para aumentar a eficiência e a produção. Uma das principais expansões só aconteceu durante os anos de 1970 quando a capacidade da ilha de petróleo da Arábia Saudita foi aumentada para os números atuais de 550 mil barris de petróleo por dia.
Entenda como funciona a ilha de petróleo da Arábia Saudita
Além de uma unidade de recuperação de enxofre e vários tanques de armazenamento e dutos, o espaço conta com ao menos sete sessões essenciais para diferentes tipos de processamento do petróleo.
São eles: a unidade de destilação de petróleo bruto, a primeira etapa do processo de refino, no qual o petróleo bruto é aquecido e separado em várias frações de acordo com os pontos de ebulição, unidade de instalação a vácuo, onde são separadas as frações mais pesadas do petróleo bruto, usando um processo chamado de destilação a vácuo, uma unidade nomeada de hidrocraquer, onde os hidrocarbonetos pesados são transformados em hidrocarbonetos leves.
Nesse processo são utilizados gás hidrogênio e um catalisador, e na sessão de craqueador catavítico fluido acontece um refinamento do processo anterior ocupando os hidrocarbonetos pesados em outras mais leves também por meio de um catalisador. Ainda há outras três unidades destinadas ao processo de refinamento do petróleo.
Na unidade de alquilação, os hidrocarbonetos leves são combinados para criar gasolina de alta octanagem.
Na unidade de isomerização, hidrocarbonetos de cadeia linear são convertidos em hidrocarbonetos de cadeia ramificada, que são mais valiosos como gasolina. Por fim a unidade de reforma é responsável por converter nafta de baixa octanagem em gasolina de alta octanagem.