Editorial

Plantio de soja no Brasil bate recorde e já tem metade da safra 20/21 vendida

Os produtores de soja do Brasil devem começar o plantio da safra 2020/21, em setembro, com mais da metade da produção comercializada antecipadamente, em um movimento inédito para o setor, que tem sido beneficiado pelos altos preços oferecidos diante da forte demanda interna e externa.

A venda antecipada, dentre outros fatores, dá segurança ao produtor na realização de investimentos e ampliação da área semeada. Uma pesquisa recente da Reuters, apontou um crescimento de cerca de 3% no plantio.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, disse à Reuters nesta sexta-feira (14), que cerca de 50% da oleaginosa que será plantada em 2020/21, já foi comercializada e a expectativa é de elevação nos negócios.

“Não temos como precisar em quanto estaremos vendidos na época de plantio, mas a tendência é subir a venda antecipada sim. E só estamos em 50% porque há o risco climático, caso contrário, já teríamos ultrapassado essa marca”, afirmou.

Já para o coordenador de Grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Júnior, este patamar de vendas antecipadas é um recorde absoluto. “O anterior foi visto em 2015, quando nessa época 26% da safra estava comercializada”, acrescentou.

A venda antecipada, dentre outros fatores, dá segurança ao produtor na realização de seus investimentos

Na avaliação da Datagro, o percentual comercializado está em 41,6%, ante 20,1% no mesmo período de 2019, enquanto a média para os últimos cinco anos é de 18,6%.

Considerando a intenção maior de plantio na safra 2020/21, com produção de 131,69 milhões de toneladas, a Datagro estima que o comprometimento antecipado já tenha atingido cerca de 54,80 milhões de toneladas de soja. Mas, segundo França Jr, o nível de remuneração muito forte especialmente provocado pela alta do câmbio, justifica a postura dos produtores.

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mostram que o indicador de soja Esalq/BM&FBovespa-Paranaguá fechou em R$ 126,23 por saca de 60 kg na última quinta-feira (13), que é um salto de 49,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a saca estava cotada em R$ 84,59.

A moeda norte-americana, que influencia diretamente o preço de venda da soja, segue valorizada em relação ao real na esteira das incertezas em torno da pandemia do novo coronavírus, tornando o grão do Brasil mais atrativo no mercado externo.

No levantamento de Safras & mercado, 45% da soja já foi comercializada e no período de plantio este percentual pode ter subido para o intervalo entre 55% e 60%.

A conjuntura positiva tem levado o produtor a negociar, inclusive, a safra de 2021/22, que será plantada somente em setembro do ano que vem. Mato Grosso-MT deu a largada nesse movimento e até o fim de julho já tinha vendido 1,29% da produção esperada para a soja na próxima temporada. Em anos anteriores, estes negócios teriam começado somente em dezembro.

Esio Bellido

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Fluminense - UNIFLU/FAFIC - Campos dos Goytacazes-RJ - Formado em 22/12/2005. Pós-graduado em 'Especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação', pela Universidade Anhambi Morumbi-SP - 2021/2022. Registro Profissional de Jornalista nº 0036792/RJ – MTb - Emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes-RJ, em 17/07/2015. Acadêmico em Direito (2º período).

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