Dados de julho apontam retomada mais rápida na economia
Os primeiros indicadores de atividade para julho, sinalizam que a recuperação no terceiro trimestre, após o fundo do poço esperado para abril a junho, pode ser mais rápida do que o previsto inicialmente, ao menos no curto prazo.
Para a segunda metade do ano como um todo, porém, as incertezas são grandes, sobretudo no que diz respeito à dinâmica da pandemia, à reação dos serviços, ao fim de programas do governo e a perspectivas fiscais. Mas na visão dos economistas, uma recuperação já vem sendo notada.
Segundo o economista Eduardo Yuki, desde meados de abril, os índices de isolamento social vêm diminuindo. “É um pouco mais de consumo voltando”, disse.
Economistas citam ainda, para “medir” o comércio, a venda de veículos, pelos dados da associação dos concessionários, subiu 26% ante junho, segundo ajuste sazonal da LCA Consultores.
Yuki diz ainda que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, avançou 5,7 pontos percentuais em julho, para 72,3%. “O Nuci voltou 80% do que caiu. De fato, as empresas estão usando mais máquinas e fatores de produção”, completou.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, da sigla em inglês) da indústria do Brasil atingiu o nível recorde de 58,2 em julho, enquanto o PMI de serviços até subiu para 42,5, ante 35,9 em junho, mas ainda está abaixo de 50, indicando retração da atividade.
Para a economista-chefe da Claritas Investimentos, Marcela Rocha, essa é uma importante retomada da economia. “Se a atividade em julho começa bem, já garante a possibilidade de um terceiro trimestre “bem legal” para o Produto Interno Bruto (PIB)”, pontuou.
Ainda segundo Marcela, já é visível uma alta de 6,8% ante o segundo trimestre. “Estou confortável, mas esses primeiros ‘cheiros’ dizem que pode ser uma alta um pouco mais forte. Não é um crescimento só por carrego estatístico, mas sim dos setores ganhando força”, concluiu.