Editorial

Universidade de Vassouras: Há mais de 50 anos formando talentos

Conheça a história de José Leandro Casa Nova e Adauri Rodrigues

O processo de continuidade é fundamental quando se fala sobre educação. A longo prazo, uma instituição de ensino precisa renovar seus docentes, e mais que isso, precisa capacitar alunos para essa função.

Dessa forma, criando um ecossistema autossuficiente, onde quem é ensinado volta para ensinar. Partindo desse prisma, dois professores da Universidade de Vassouras: José Leandro Casa Nova Almeida e Adauri Silveira Rodrigues, ambos formados na Universidade Severino Sombra, são a representação física dessa continuidade.

Embora os dois tenham histórias distintas, encontraram na universidade um caminho em comum: a Educação. Criado em Miguel Pereira, José Leandro Casa Nova, teve seu primeiro contato com a engenharia através de uma obra em sua casa, ainda na infância.

Confirmou seu gosto pelos números no ensino médio, onde suas melhores notas eram nas matérias de exatas e deu continuidade à carreira cursando seu primeiro semestre do ensino superior no Rio de Janeiro.

“Cursei o primeiro semestre de Engenharia em uma instituição na capital. Mas não me sentia desafiado estudando lá, queria aprender mais. Foi quando pedi transferência para a então Universidade Severino Sombra e finalmente encontrei o desafio que buscava, além de ter sido muito bem recepcionado pela instituição. Parece que a grama do vizinho é sempre mais verde. Aqui eu pude viajar com a turma, ir a palestras, eventos, congressos e simpósios. Isso foi fundamental para meu interesse pelo curso e somou muito para meu crescimento profissional” conta Casa Nova.

Em pouco tempo, Casa Nova era monitor e destaque da sua turma. Logo conseguiu seu primeiro estágio em uma multinacional com ajuda de um dos colegas de turma da época.

Dentro da indústria, obteve a experiência necessária em outras áreas da engenharia. Formou-se no ano de 2002, como engenheiro eletricista. Depois de formado, conseguiu trabalho em uma empresa do ramo metalúrgico, na cidade de Paracambi, onde conseguiria agregar mais conhecimento e dar continuidade a seus estudos.

“Eu trabalhava em Paracambi nessa época. Pedi ao meu então chefe para iniciar o mestrado. Um dos meus ex-professores me indicou para um processo seletivo e logo aceitei. Ter o mestrado era uma questão de competitividade do mercado, já que eu tinha exemplos no ensino superior que havia feito. Sem contar que dar aulas seria uma forma de complementar meu orçamento e uma possibilidade de trabalho para o meu futuro. O doutorado veio, naturalmente, logo depois. Nessa época, eu já atuava na Universidade de Vassouras, de novo, através de um de meus professores, coordenador do curso, que me convidou para lecionar. Ou seja, mais uma vez a Universidade de Vassouras abriu portas para evolução de minha carreira”, disse.

A dedicação de Casa Nova gerou frutos. Hoje ele é coordenador do curso de Engenharia Elétrica na Universidade de Vassouras, e leciona no curso. Esse conhecimento é passado de pai para filho, já que seu primogênito também escolheu a mesma carreira.

E o coordenador conclui: “Dar aula para um filho é diferente, a gente tem vontade de passar o máximo possível de conhecimento. É uma outra sensação de estar na sala de aula”.

Adauri Silveira conta que tudo começou através de seu pai que formou-se na Universidade de Vassouras na terceira turma aberta em meados dos anos 1980.

E o contato direto com a área desde cedo abriu portas para que ele seguisse a carreira. “A lembrança que tenho mais forte do meu pai durante minha infância, é dele estudando debruçado na mesa da sala com seus amigos. Acredito que isso foi decisivo para a escolha de minha carreira”, conta o Prof. Adauri.

Em sua juventude, Adauri entrou para a indústria como jovem aprendiz e teve o primeiro contato direto com projetos e modelamentos de peças, encaminhando sua formação na área da engenharia mecânica.

Segundo Adauri, seu interesse pela docência veio dos próprios professores que passaram por sua formação: “Sem dúvidas meus professores me influenciaram positivamente, me mostraram um caminho. Quando começamos a estudar aqui na Universidade, muitos professores eram militares e traziam consigo muita disciplina e valores. Acredito que os professores não passam apenas informações para seus alunos, mas também propagam valores e é isso o que tento fazer com meus alunos dentro da sala de aula”, disse.

Esses valores mantêm-se vivos através de seus alunos. Muitos deles ocupam o cargo de professores agora, e dão continuidade a esse legado. Levando os valores a novos alunos e mantendo esse ecossistema vivo.

O professor completa dizendo: “É fundamental reter os talentos dentro da Universidade, deixá-los irem embora é perder dinheiro”.

Manter alunos de destaque na instituição, principalmente na carreira acadêmica, é uma alternativa viável para seguir o padrão de ensino, disciplina e valores. Mas é necessário lembrar que as dificuldades e desafios de dar aulas são contínuos.

Adaptar-se às tecnologias e às mudanças na sociedade são parte desse processo de lecionar. Os mesmos avanços tecnológicos que facilitam a comunicação e o acesso, sobrecarregam o aluno de informações e dificultam a concentração. É necessária constante atualização por todas as partes: desde os professores até à estrutura da própria instituição de ensino.

Esio Bellido

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Fluminense - UNIFLU/FAFIC - Campos dos Goytacazes-RJ - Formado em 22/12/2005. Pós-graduado em 'Especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação', pela Universidade Anhambi Morumbi-SP - 2021/2022. Registro Profissional de Jornalista nº 0036792/RJ – MTb - Emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes-RJ, em 17/07/2015. Acadêmico em Direito (2º período).

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