Editorial

BNDES e FGC vendem créditos do Banco Econômico mantidos desde 1995

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) vão leiloar seus créditos do antigo Banco Econômico.

Com a operação, o BNDES e o FGC garantem a recuperação de créditos que estão em suas carteiras há 25 anos e sem perspectiva de recuperação antes de 2028.

Como eles são reajustados pela Taxa Referencial (TR), zerada desde setembro de 2017, não sofrem correção desde agosto de 2017.

Com valor mínimo de R$ 937,75 milhões, a sessão pública está prevista para esta terça-feira (10) e deve ser realizada de forma virtual, com transmissão pela internet.

O edital com os detalhes da operação foi publicado nesta segunda-feira (09). O valor mínimo é composto de R$ 487,91 milhões do BNDES e R$ 449,84 milhões do FGC. Os investidores interessados devem se qualificar até o dia 08 de setembro.

Sem a venda, seria necessário aguardar o pagamento da massa liquidanda do Banco Econômico a outros credores que possuem prioridade. A dívida com o Banco Central, principal credor, só vence em 2028, por exemplo.

Os créditos devidos pelo Econômico somam R$ 14,88 bilhões, sendo que R$ 12,02 bilhões são relativos a credores com direito a receber antes do BNDES e do FGC. Os créditos das instituições são quirografários, e por isso não possuem preferência na ordem de pagamento.

“O leilão, em parceria com o FGC, tem como objetivo possibilitar que o BNDES recupere valor importante de um crédito em processo de insolvência na nossa carteira há mais de 25 anos”, declara o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do Banco, Bruno Laskowski.

O diretor também explica que a iniciativa tem implicações estratégicas para a instituição. “Por exemplo, de como consolidar a tecnologia financeira de monetização de carteiras de ativos problemáticos do nosso portfólio e, o que é mais significativo ainda, aplicar os recursos obtidos no fomento à atividade econômica no país”, completa.

Já o diretor executivo do FGC, Daniel Lima, diz que para desempenhar a missão de modo eficaz, é importante manter a política de gestão sempre presente no Fundo. “O FGC deve sempre buscar alta liquidez e segurança na gestão de seus recursos. Essas diretrizes da nossa política de investimentos estão fortemente presentes nessa operação, que trazemos conjuntamente com o BNDES ao mercado”, afirma Lima.

O Banco Econômico S.A. entrou em processo de intervenção em agosto de 1995 passando a liquidação extrajudicial em 1996, quando possuía R$ 401 milhões em dívidas relativas a repasses do Sistema BNDES e débitos com o extinto Fundo de Garantia dos Depósitos e Letras Imobiliárias (FGDLI), que foi sucedido pelo FGC quando este foi criado. Posteriormente, esses créditos foram incorporados à massa liquidanda da instituição.

A cessão de créditos inadimplentes é um instrumento bem difundido no mercado bancário brasileiro, já tendo sido adotada inclusive por instituições públicas federais.

O mercado conta com diversas empresas especializadas na compra desses títulos e posterior recuperação do crédito. A venda por meio de leilão garante mais transparência ao processo e amplia a capacidade de geração de receita, ao permitir que diversos agentes de mercado possam competir pela carteira.

Nesta operação, o comprador deverá efetuar o pagamento à visa ao BNDES e ao FGC.

 

 

 

 

 

Esio Bellido

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Fluminense - UNIFLU/FAFIC - Campos dos Goytacazes-RJ - Formado em 22/12/2005. Pós-graduado em 'Especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação', pela Universidade Anhambi Morumbi-SP - 2021/2022. Registro Profissional de Jornalista nº 0036792/RJ – MTb - Emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes-RJ, em 17/07/2015. Acadêmico em Direito (2º período).

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